Brasil estreia com veterana de 19 anos, estreante de 28 e "ameaçado"

Leandro Cunha tem 28 anos. Sarah Menezes, 19. Quem olha as idades logo conclui que o primeiro é o veterano da dupla. A segunda, a estreante. No time brasileiro de judô, porém, é o contrário. Sarah, única judoca do Piauí na seleção brasileira, disputa, em Roterdã, seu primeiro Mundial, mas com uma Olimpíada no currículo.


Cunha, eterno reserva do bicampeão mundial João Derly, disputa o torneio pela primeira vez. "Acho que não vai fazer tanta diferença, não. Eu estou na seleção há bastante tempo e, mesmo sem ser titular, disputei muitos torneios importantes. Acho que se não tivesse essa rodagem, poderia ter problemas, mas não falta experiência", diz o judoca paulista.

Ele estreia nesta quarta-feira (as lutas começam às 4h30) contra o moçambicano Bruno Luzia - e na segunda luta, se vencer, encara o bicampeão olímpico Masato Uchishiba, do Japão. Derly, qu e venceu os últimos dois mundiais, foi cortado do time brasileiro. Ele se lesionou antes da Copa do Mundo de Belo Horizonte e não se recuperou a tempo.

Sarah Menezes, por sua vez, chega com um currículo expressivo. Em 2009, subiu ao pódio nas últimas cinco competições que disputou, incluindo títulos nas Copas do Mundo Madri e Lisboa. É a quarta colocada do ranking mundial.

"Ela tem a capacidade de ser medalhista. A Sarah é jovem, mas já lutou com a maioria das lutadoras, conhece todas, já ganhou, já perdeu. Experiência para ir ao pódio ela tem", diz a técnica do time feminino, Rosicléia Campos.

A sorte, porém, não esteve ao seu lado no sorteio das chaves. Em sua estreia, ela encara a medalhista de bronze das Olimpíadas de Pequim, a argentina Paula Pareto. "Eu tenho de lutar com ela com menos emoção. No Pan (Campeonato Pan-Americano de 2009), eu estava vencendo até 20 segundos para o final e tomei virada. O negócio é não deixar que ela me estresse. Ela fica de um lado para o outro e não me deixa tentar meus golpes. Treinada eu estou. E tenho de capacidade de vencer e avançar na competição", analisou.

O último brasileiro a lutar na quarta-feira é Denílson Lourenço. Aos 32 anos, ele terá, na Holanda, sua última chance de fazer parte da seleção. "Ele precisa de resultados e eu acho que esse é o último campeonato para ele fazer isso. Se ele não for bem agora, dificilmente continuará na seleção no ano que vem, por causa do ciclo olímpico", afirma o técnico Luiz Shinohara. Lourenço estreia contra o vencedor da luta o ucraniano Georgii Zantaraia e o britânico Ashley McKenzie.


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