No segundo dia do Mundial, Brasil coloca em cena seu primeiro trunfo

Em Pequim-2008, Leandro Guilheiro não conseguia dar golpes girando para um dos lados e, mesmo assim, conquistou a medalha de bronze. Recuperado das lesões que o afligem desde 2004, então, o judoca paulista está pronto para juntar sucesso em Mundiais a suas conquistas olímpicas.

Com ele, o Brasil coloca em ação, nesta quinta-feira, seu primeiro trunfo para o Mundial de Roterdã. Ele é o primeiro brasileiro dono de medalhas em Olimpíadas ou mundiais a entrar no tatame holandês. Além dele, o país tem ainda Tiago Camilo (campeão mundial em 2007, prata olímpica em 2000 e bronze em 2008) e Luciano Correa (campeão mundial em 2007).

"Acho que é a primeira vez que me sinto realmente em forma desde Atenas-2004", admite o santista de 26 anos. Até agora, Guilheiro não conseguiu reproduzir em Mundiais o que faz em Olimpíadas. Seu melhor resultado até agora é o sétimo lugar do Cairo, em 2005. "Eu nunca cheguei a essa competição confiando na minha forma. Às vezes, meu corpo prega peças em mim e foi isso que aconteceu nos últimos dois Mundiais", explicou.

Técnico da seleção brasileira, Luiz Shinohara concorda com o comandado. "Ele está na melhor fase dele. Não está machucado, está treinando sem dor. Estou bastante confiante. Estudamos bastante a sua chave e acho que ele tem chances reais", analisou o treinador.

Guilheiro estrea no Mundial contra o suíço David Papaux. Além dele, outras duas brasileiras lutam nesta quinta-feira. A primeira é Érika Miranda, quinta colocada entre as meio-leves no Mundial do Rio, o melhor resultado do time feminino verde-amarelo em 2007.

"Ela está muito bem, muito melhor do que no ano passado, por exemplo. Eu não a via assim tão feliz desde 2007. Ela está feliz, lutando bem, confiante. O ano de 2008 (em que ela foi cortada das Olimpíadas já em Pequim) foi bem difícil, mas está superado", diz a técnica Rosicléia Campos. Érika estreia contra a indiana Kalpana Devi Thoudam e pode pegar, em sua segunda luta, a cubana Yanet Bermoy, campeão mundial em 2005 entre os ligeiros.

A outra brasileira na disputa é a mais nova do time. Rafael Silva, de 17 anos, é o primeiro fruto do projeto social de Fávio Canto, o instituto Reação, a chegar à seleção brasileira. No ano passado, ela foi campeã mundial júnior e, nesse ano, levou o ouro na Copa do Mundo de Madri. É a oitava do ranking mundial. "Ela é uma garota de 17 anos, está em seu primeiro ano de júnior e já está conseguindo resultados no sênior", diz Rosicléia. Rafaela estreia contra a costa-riquenha Adriana Pineda.

As lutas em Roterdã começam às 4h30 (de Brasília).


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